E AÍ, GENTE LINDA!!!
Você sabe o que é o Copom que os noticiários tanto falam sobre a cada 45 dias??? Não??? Então, hoje te ensino a entender sobre!!!
O QUE É COPOM?
Trata-se do Comitê de Política Monetária que é formado a cada 45 dias por membros do Banco Central a fim de discutir a economia do país e o seu rumo.
É a partir dessa conversa que é a decidida a taxa Selic, a taxa básica de juros brasileira.
O QUE É A TAXA SELIC?
A Selic deve ser a taxa mais baixa de juros do país, o 'preço do dinheiro'. Isso significa que se a taxa é de 12% ao ano, o preço mínimo do dinheiro ao mês deve ser 1% do valor emprestado.
Então, quando a Selic muda, a rentabilidade dos investimentos muda junto com ela. No entanto, a mudança da taxa para quem pede dinheiro emprestado junto a bancos ocorre de forma bem mais lenta quando a tendência é de baixa.
Nesse sentido, a Selic é fundamental na oferta de crédito no mercado. E quanto mais dinheiro disponível a um juro mais baixo, melhor é para os empreendedores e a economia como um tudo.
Outro benefício é que se torna mais barato renegociar dívidas quando a taxa de juros está baixa. Os bancos e financeiras se tornam mais dispostos a cortar juros do montante total.
O Copom afeta a economia e a maioria dos investimentos de renda fixa. Dessa forma, é muito importante que você saiba exatamente do que se trata e como funciona.
OBJETIVOS DO COPOM
O Copom tem sua origem em 1996. Ele foi criado com o objetivo de regular importantes aspectos da economia brasileira, seguindo a estratégia do Tesouro Nacional.
O regime de metas para a inflação, implementado em 1999, traçou os principais objetivos do Copom:
- Estabelecer as diretrizes da política monetária;
- Definir a meta para a taxa básica de juros no Brasil e seu eventual viés.
Assim, o Copom não corta ou aumenta a taxa básica de juros sem uma lógica. A Selic é determinada de acordo com a tendência da economia e do mercado. Se o momento econômico e político é bom, a inflação é baixa, e assim, a taxa Selic deve ter tendência de baixa.
Caso ocorra um aumento no IPCA (inflação) e a economia entre em recessão, a taxa Selic tende a aumenta para controlar o mercado.
Claro que muitos outros fatores técnicos também são levados em consideração nas reuniões do Copom.
Com base nesses objetivos, o Banco Central atua com operações de mercado aberto para manter a taxa Selic diária próxima à meta.
QUANDO O COPOM SE REÚNE?
As reuniões do Copom ocorriam todo mês até 2005. Em 2006, passaram a acontecer apenas oito vezes ao ano, com espaço de aproximadamente seis semanas.
Elas são realizadas em exatamente dois dias. Assim, a primeira reunião começa na terça-feira à tarde e ela então é concluída no fim da tarde do dia seguinte.
A saber, o calendário das reuniões do Copom de cada ano é divulgado em junho do ano anterior.
Todavia, nada impede que o Copom se reúna extraordinariamente, convocado pelo presidente do Banco Central do Brasil, em razão de surpresas macroeconômicas. Isso já aconteceu três vezes. A última vez foi em outubro de 2002. Como funciona o Copom e as reuniões
Em dois dias, eles definem o 'preço do dinheiro', ou seja, a taxa básica de juros.
Agora que você já sabe o que é Copom, chegou a hora de entender melhor o processo de reuniões. Ele é organizado em dois dias e prevê uma análise completa da economia e da política. A decisão do Copom sempre visa refletir o cenário presente e futuro do Brasil.
Veja o que acontece em detalhes, nesses dias:
Primeiro dia
Pela manhã, ocorre uma Reunião de Mercado. Ela inicia com a apresentação do Deban (Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos), em 30 minutos ela resume as condições de liquidez e de funcionamento do sistema bancário.
A seguir, o Depin (Departamento das Reservas Internacionais) passa uma atualização sobre os mercados financeiros internacionais e de câmbio. Logo após, o Demab (Departamento de Operações do Mercado Aberto) mostra um resumo sobre o mercado monetário e operações de mercado aberto.
Assim, à tarde, começa formalmente a reunião do Comitê. Nela, a prioridade é discutir a conjuntura econômica doméstica, apresentada pelo Depec (Departamento Econômico).
Os dados recentes sobre atividade econômica são levantados como inflação, agregados monetários e crédito, política fiscal e balanço de pagamentos.
A conjuntura internacional é apresentada a seguir pelo Derin.
Por fim, o Gerin (Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais) repassa aos diretores a evolução recente das expectativas de mercado para inflação e outras variáveis macroeconômicas relevantes.
Segundo dia
À tarde, reúnem-se somente os membros do Comitê e o chefe do Depep (Departamento de Estudos e Pesquisas). Esse encontro é dedicado à avaliação prospectiva.
Eles analisam as projeções atualizadas para a inflação, baseadas em diferentes hipóteses para as principais variáveis macroeconômicas, e à deliberação.
Então ocorre um debate e cada um mostra suas conclusões para então votar e definir um texto único do órgão, informando o posicionamento de cada um e proferindo a decisão colegiada, com as devidas explicações ao mercado.
Após isso, a decisão é divulgada logo após o término da reunião, apenas por meio de um comunicado na página do BCB na internet.
Essas apresentações técnicas do primeiro dia do Copom têm sigilo de quatro anos e os documentos do segundo dia contam com 15 anos de sigilo. Os que já cumpriram esse prazo estão disponíveis no site do BC.
QUEM FAZ PARTE DO COPOM?
Você pode visualizar quem participou de cada decisão do Copom nas atas das reuniões do comitê. O Copom é formado pelos presidentes e diretores do Banco Central do Brasil. Além disso, fazem parte do Comitê outros agentes de departamentos ligados à economia – direta ou indiretamente. Os membros do Copom associados ao Banco Central do Brasil são:
- Presidente;
- Diretor de Administração;
- Diretoria de Política Econômica;
- Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos;
- Diretoria de Fiscalização;
- Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural;
- Diretoria de Política Monetária;
- Diretor de Regulação;
- Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania.
Também participam das reuniões os chefes de departamentos do Banco Central:
- Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos;
- Depto de Operações do Mercado Aberto;
- Departamento Econômico;
- Depto de Estudos e Pesquisas;
- Departamento das Reservas Internacionais;
- Depto de Assuntos Internacionais;
- Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais.
Uma observação interessante é que o presidente tem direito ao "voto de Minerva" em caso de empate na decisão da política monetária.
QUANDO VÃO SE REUNIR ESTE ANO [2020]?
- 4 e 5 de fevereiro;
- 17 e 18 de março;
- 5 e 6 de maio;
- 16 e 17 de junho;
- 4 e 5 de agosto;
- 15 e 16 de setembro;
- 27 e 28 de outubro;
- 8 e 9 de dezembro.
CALENDÁRIO PARA 2021 DE REUNIÕES:
- 19 e 20 de janeiro;
- 16 e 17 de março;
- 4 e 5 de maio;
- 15 e 16 de junho;
- 3 e 4 de agosto;
- 21 e 22 de setembro;
- 26 e 27 de outubro;
- 7 e 8 de dezembro.
VEJA O HISTÓRICO DAS TAXAS DE JUROS BÁSICAS
Fonte: Banco Central do Brasil
COMO O COPOM CONSEGUE IMPACTAR SEUS INVESTIMENTOS?
O Copom decide a Selic, e a Selic decide quase tudo sobre a renda fixa.
É fundamental acompanhar a economia e as decisões do Copom. Afinal, a taxa Selic e a inflação medida pelo IPCA determinarão:
- Quanto de fato seu dinheiro renderá;
- Qual é a melhor aplicação a se fazer;
- Como gerenciar os seus investimentos já realizados.
Isso não significa que você deve desistir da renda fixa só por causa que a Selic e o CDI estão em tendência de queda. O que realmente pesará no seu rendimento é o desconto da inflação. Chamamos isso de rendimento real do investimento e ele se dá pela taxa de juros obtida menos o IPCA e outros custos como tributação.
Sem contar com o Imposto de Renda, o Tesouro Direto do tipo Selic, em 2015, rendeu 14,15% ao ano. Você pode pensar que esse foi um ótimo ano para aplicar em renda fixa, não é?
Essa taxa estava altíssima, mas se você inserir o IPCA nessa conta que diminui o valor do seu dinheiro, verá que a taxa real não foi nem de perto tão atrativa assim.
Em 2015, a inflação bateu 10,67% ao ano. Então, a rentabilidade do Tesouro Selic nesse ano foi de apenas 3,48% sem o desconto do Imposto de Renda.
Por isso, é vital considerar a conjuntura econômica na hora de avaliar a Selic e qual investimento você deve fazer.
No de 2017, por exemplo, a renda fixa, mesmo com a queda da Selic continua sendo uma ótima opção de investimento. Vamos utilizar o mesmo exemplo do Tesouro Selic que segue de perto 100% do CDI.
Se ele render cerca de 8,15% ao ano é muito menos do que em 2015, não é mesmo? Mas veja como está a taxa da inflação, ela se encontra em 2,46%.
Assim, a rentabilidade real sem desconto do imposto chega a 5,69% ao ano. Pode parecer pouco, mas lembre-se que estamos utilizando de exemplo um investimento com máxima segurança e garantia de retorno.
Máxima liquidez (se você resgatar o dinheiro hoje, amanhã ele estará na sua conta sem penalidades que descontam a rentabilidade).
É possível conseguir retornos ainda maiores fazendo investimentos com menos liquidez e/ou abrindo mão de um pouco de garantia de rendimento positivo no curto prazo.
Como vimos, entender o que é o Copom e como ele afeta os seus investimentos é fundamental para a sua saúde financeira. Esse conhecimento é importante para saber como gerenciar sua carteira de ativos.
E mesmo que o Copom, em suas reuniões, corte a taxa Selic e isso diminua a rentabilidade nominal da renda fixa, não significa que você deve mudar os seus investimentos.
A conta mais importante a ser feita é a da rentabilidade real: taxa básica de juros menos a taxa IPCA (inflação). Imagine ter uma alta taxa Selic, mas uma inflação quase tão alta que reduz quase totalmente seus ganhos. Seria ruim, não é mesmo?
É muito melhor ter uma taxa Selic baixa, mas uma inflação ainda mais baixa.
Então, sempre que surgir uma notícia do Copom com corte da taxa Selic ou ainda, um aumento no IPCA, faça as suas contas para saber se é preciso resgatar suas aplicações para investir em outros produtos.
Claro que os seus investimentos a longo prazo não são afetados pelas mudanças de curto ou médio prazo da Selic. Assim, sempre aplique a longo prazo com a intenção de levar o investimento até a data de vencimento.
Caso queira saber mais sobre o Copom, o Banco Central do Brasil em seu post "Comitê de Política Monetária (Copom)" também explica mais sobre.
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Este conteúdo faz parte da web série post "Passos para um(a) Investidor(a) Iniciante", #p22
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