Taxa Referencial (TR): o QUE É, como CALCULAR e como me IMPACTA!!! - By Amanda Oliveira Blog

Taxa Referencial (TR): o QUE É, como CALCULAR e como me IMPACTA!!!

Publicado em 07/08/2020

E AÍ, GENTE LINDA!!!

A Taxa Referencial é um tributo mensal definido pelo Banco Central do Brasil que serve como base para os juros no país. Foi criada durante o Plano Collor II, em 1991, como tentativa de controlar a hiperinflação.


O QUE É A TAXA REFERENCIAL (TAXA TR)?
A Taxa Referencial, também conhecida como TR, se configura como uma taxa de juros de referência, ou seja, um indicador geral da economia brasileira. Por isso, é utilizada na hora de calcular o rendimento de determinadas aplicações financeiras.

Atualmente, a taxa Selic desempenha este papel também, mesmo assim, a TR ainda é utilizada na correção monetária de aplicações como:
  • Títulos de capitalização;
  • Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
  • Caderneta de Poupança;
  • Alguns financiamentos imobiliários.
Por isso, se você quer saber quanto irá receber ou em aplicar dinheiro nestas modalidades, precisa conhecer e saber como funciona!


COMO SURGIU A TAXA?
Na década de 1990, durante o governo Collor, o Brasil sofreu com a hiperinflação. Em 1993, a inflação chegou a 2.447,15% ao ano. Lembre-se que a maioria dos contratos, como salários e poupanças, costumam ser corrigidos ou indexados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Assim, considere uma inflação de 1.620% ao ano, como foi a registrada em 1990. Se seu salário fosse de R$ 5.000,00 por mês, em 1991 ele seria corrigido para R$ 81.000,00.

Mesmo o salário tendo sido ajustado, os gastos cresceram em velocidade tão alta quanto ele. Assim, a indexação causou ainda mais inflação. Para conter esse movimento, a equipe econômica de Collor criou a Taxa Referencial para substituir as correções pelo IPCA. Mesmo assim, o plano fracassou e a inflação só foi devidamente controlada em 1994, com a criação do Plano Real no governo de Itamar Franco.

No novo modelo, implantado pelo então Ministro da Fazenda (e, posteriormente, Presidente da República) Fernando Henrique Cardoso, a Taxa Referencial deixou de ser utilizada para controlar o IPCA, dando lugar à taxa Selic. Hoje, quando a inflação está em ritmo de subida, a taxa Selic também aumenta, com o objetivo de barrar esse movimento. Se o objetivo é incentivar o consumo, a taxa básica de juros cai. Ao longo do anos, a TR sofreu diversas mudanças no seu cálculo, até chegar ao modelo utilizado atualmente.


COMO A TR É CALCULADA?

O cálculo da TR e a sua divulgação são feitos pelo Banco Central (BC). Tudo começa com a coleta diária dos dados das taxas de juros utilizadas nos CDBs prefixados ofertados pelas trinta maiores instituições bancárias do país. Da coleta diária de dados, surge a TBF, que é a Taxa Básica Financeira. Ela representa a média destes juros.

Mas, o cálculo da taxa referencial de juros é feito com base em duas fórmulas matemáticas. A primeira é a seguinte:

R = a + b x TBF

Nessa fórmula:

R = redutor;
a = valor fixo igual a 1,005;
b = valor variável que depende da TBF (divulgada pelo Banco Central);
TBF = Taxa Básica Financeira.

A variável a é o valor fixo de 1,005, que foi definido no momento da criação da taxa referencial. O intuito é fazer com que a TR não tenha valores negativos. 

Depois de encontrar o valor de R, é necessário substituir os valores na fórmula abaixo. O resultado será o valor da TR:

TR = 100 x [ ((1 + TBF)/R) - 1]

O resultado será o valor da TR. Importante lembrar é que: quando o cálculo da taxa referencial resulta em um valor negativo, ele passa a ser considerado zero, devido a uma resolução do Banco Central.

Esta ferramenta é utilizada para simular reajustes e rendimentos de aplicações que utilizam este indicador como referência, seja ele um investimento ou financiamento. 

Mas, caso tenha achado o cálculo muito difícil, o anco Central também disponibiliza a Calculadora do Cidadão. Nela, você consulta qual o valor da taxa referencial hoje.


E O QUE É TAXA REFERENCIAL DIÁRIA E A TAXA REFERENCIAL MENSAL?
Agora que você entendeu o que é a a taxa referencial, está pronto para saber que existe ainda a TR diária e a TR mensal.

A TR mensal é usada para correção monetária quando a aplicação permanece investida no período do mês cheio, que é calculado com 23 dias.

A taxa referencial diária divulgada pelo Banco Central é a fatia proporcional ao seu valor mensal. Desse modo, se você resgatar o seu investimento antes do mês terminar, o reajuste será feito com base nessa data.

Então, a soma das TRs diárias resultam na TR mensal.  Apesar de hoje a TR estar em seu menor patamar histórico, ela já alcançou valores elevados. Veja a seguir a TR anual de 2019. 

TR Mensal 2019
Mês     Taxa      Referencial(%)        
Janeiro  0,0
Fevereiro  0,0
Março  0,0
Abril  0,0
Maio  0,0
Junho  0,0
Julho  0,0
Agosto  0,0
Setembro  0,0
Outubro  0,0
Acumulado do ano  0,0
Taxa Referencial em 2019 – Fonte: Banco Central

Em 2019, até o mês de outubro, a Taxa Referencial está acumulada em 0,0%. Em todos os meses, ela registrou esse mesmo valor.

O resultado se deve à influência da taxa Selic sobre a TR. No seu cálculo, há a variável da Tarifa Básica Financeira (TBF).

Ela é definida de acordo com a taxa básica de juros vigente. Então, se a taxa Selic cair, a Taxa Referencial tende a permanecer no patamar atual. Do contrário, a subida dos juros faria com que a TR também aumentasse.

Caso esse cenário se concretize, a Taxa Referencial deverá fechar o ano em 0,0%. Assim, todos os ativos que tinham a TR como parte dos rendimentos, não tiveram incrementos nos retornos.

O valor da Taxa Referencial está em tendência de queda desde sua implementação. É possível notar, porém, que desde 2011 ela passou a subir novamente. Isso ocorreu após a criação da Nova Matriz Econômica de Dilma Rousseff. Neste período, os juros brasileiros sofreram intervenção direta do governo. Mesmo com o aumento da taxa Selic de forma frequente, não foi o suficiente para conter o avanço da inflação.

Como a Taxa Referencial também depende da taxa básica de juros, seu valor quase dobrou entre 2014 e 2016, que foram os períodos mais críticos da crise econômico-política no governo de Dilma Rousseff. 

Em 2017, especificamente a partir do mês de setembro, a Taxa Referencial atingiu seu menor valor histórico. Desde então, se mantém nele. Entre 2016 até 2018, a taxa Selic foi de 14,25% até 6,5%. A Taxa Referencial seguiu esta mesma trajetória, indo de 2,01% para 0,0%.


COMO A TAXA TR IMPACTA NOS MEUS INVESTIMENTOS E FINANÇAS?

Como a Taxa Referencial influencia alguns tipos de investimentos, é importante entender como ela impacta seus investimentos. Veja só:

Poupança
Desde 2012, quando governo mudou as regras de rendimento das cadernetas de poupança, a Taxa Referencial tem um grande impacto nessa modalidade de investimento.

  • Se a Taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês somado ao valor da TR.
  • Se a Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser de 70% da taxa básica de juros somado à Taxa Referencial.

Para saber quanto o ganho da aplicação seria, o calculo é simples: 

1º acompanhe a taxa Selic para saber o rendimento, conforme mostrei acima.

2º Se informe do valor do IPCA acumulado ano.

3º Agora, faremos uma subtração.

Resultado do rendimento da 1º - a taxa do IPCA = rentabilidade desta aplicação.

Já aviso que a poupança não é mais bem visto há algum tempo pelo baixo rendimento. Há alternativas em renda fixa muito mais rentáveis, por exemplo, Tesouro Direto, CDBs e LCI/LCAs.

FGTS
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é um direito trabalhista no qual o empregador deposita mensalmente ao trabalhador um valor correspondente a 8% do seu salário. Caso o contrato de trabalho seja firmado através da lei nº 11.180/05 (contrato de aprendizagem), o percentual é reduzido para 2%.

O dinheiro fica em uma conta na Caixa Econômica Federal, e só pode ser resgatado de acordo com alguns parâmetros da Lei Trabalhista. Como esse valor fica intocado por muito tempo, ele perde parte do seu valor para a inflação, então o governo estabelece uma rentabilidade que leva em conta a Taxa Referencial. Ano passado, 2019, o FGTS rendeu 3% ao ano + TR.

Uma boa alternativa quando você tiver acesso ao dinheiro deste depósito é investir o FGTS em outras aplicações de renda fixa, como os títulos do Tesouro Direto e as LCs (Letras de Crédito). Então, utilize o seu FGTS para construir o seu patrimônio e realizar os seus objetivos.

Títulos de Capitalização
Os títulos de capitalização são aplicações oferecidas pelos bancos, uma forma de “economia programada”. Todo mês a instituição retira um valor da sua conta para comprar esse título, que oferece a possibilidade de participar de sorteios de diversos prêmios. A rentabilidade deste papel é exatamente a taxa referencial do período de investimento. Isso já mostra que este não é um bom caminho para o seu dinheiro. 

A recomendação é que você procure investimentos mais vantajosos para a sua carteira, como, por exemplo, os CDBs e as LCI/LCAs. 

Financiamentos imobiliários
Nem todos os financiamentos são afetados pela taxa referencial, apenas os de imóveis que fazem parte do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), mantido pela Caixa. Nesse caso, os valores são corrigidos com base em juros fixos, definidos pela instituição bancária, somados à Taxa Referencial.

Ao optar por este modo de parcelamento, os valores são corrigidos por juros fixos mais a TR. Neste caso, cada banco estabelece o que vai cobrar. Então, no final do financiamento você, provavelmente, pagou um preço mais alto do que aquele acordado no momento da compra.  Desta forma, antes de aderir ao SFH, o ideal é acompanhar o comportamento da taxa referencial, para evitar desembolsar muito mais dinheiro do que o previsto ou, junto um valor ideal para pagar tudo à vista.


QUAL A RELAÇÃO DA TR COM OS TÍTULOS PÚBLICOS?
No passado, era possível encontrar títulos públicos que rendiam conforme a variação da Taxa Referencial, como os extintos NTN-H e o NTN-P.  Atualmente, eles estão descontinuados, mas alguns investidores veteranos ainda podem tê-los em suas carteiras à espera da data de vencimento.

Antigamente, com a taxa referencial em alta, esses papéis tinham rendimentos maiores, então eram bem vantajosos. No entanto, nas condições atuais, eles não seriam nada atrativos para o investidor, por isso o Tesouro Nacional passou a oferecer outras modalidades:

Tesouro Prefixado (LTN)
Um dos clássicos do Tesouro Direto. Ao adquirir um título desses, você sabe com precisão qual será a rentabilidade que receberá no fim do prazo do investimento. Isso porque ele rende de acordo com uma taxa fixa, definida no momento de compra.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)
É uma variação do título anterior. Nessa modalidade, porém, você recebe os juros semestralmente, conforme o que foi estabelecido pelo Tesouro na data de emissão.

Tesouro IPCA (NTN-B Principal)
O Tesouro IPCA é um título híbrido: sua rentabilidade é definida por uma taxa de juros prefixada no momento da compra mais uma taxa pós-fixada, normalmente ligada à variação do IPCA, que é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo.

Tesouro IPCA com juros semestrais (NTN-B)
É uma variante, com juros semestrais, do Tesouro IPCA que acabamos de mencionar.

Tesouro Selic (LFT)
Trata-se de um título pós-fixado, ou seja, sua rentabilidade varia de acordo com um índice. Nesse caso, é a taxa Selic. No Tesouro Selic, é impossível saber antecipadamente quais serão os valores alcançados até a data de vencimento. De qualquer modo, é possível ter uma estimativa.

Os títulos públicos são uma das melhores maneiras para o investidor iniciante por serem seguros, simples e invariavelmente renderem mais que a poupança. Algumas das vantagens dessas aplicações são:

  • Aporte mínimo baixo, a partir de R$ 30;
  • Ganho real sobre o IPCA;
  • Segurança e baixo risco;
  • Alta rentabilidade, considerando ser um títulos de renda fixa;
  • Facilidade para investir e acompanhar;
  • Liquidez diária;
  • É possível solicitar o resgate a qualquer momento, já que o próprio governo faz a recompra do título.

Conseguiu perceber a importância da Taxa Referencial? Agora você sabe mais sobre este indicador e poderá tomar decisões mais assertivas para sua vida financeiras!


Atenção: As imagens ilustrativas foram retirado da B3 e outras contidas aqui neste conteúdo são de minha e única autoria (@by.amandaoliveira). Leia o Atenção e o Disclaimer do Blog na barra lateral direita.

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